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Estado inflamatório e clínica – parte 4

Vamos entender agora como usar o conhecimento dos estados inflamatórios na clínica. Uma forma muito simples e metodológica de explicar a inflamação e como usar este conhecimento na clínica, é a área de dermato funcional.

Dermato funcional é uma linha fisioterapêutica que trabalha com o sistema tegumentar humano (cabelos, glândulas, unhas, pelos, receptores sensoriais, entre outros). Isto é, trata desequilíbrios funcionais e estéticos decorrentes de doenças, intervenções cirúrgicas e/ou complicações (traumáticas, pós-operatórias) que afetam direta ou indiretamente a integridade do corpo.

Nesta linha terapêutica, existem disfunções muito incapacitante como as fibroses e, normalmente, são pós-operatórias (sejam de plásticas ou ortopédicas) e queimaduras. Tão incapacitantes quanto as fibroses, também temos os queloides. Ambas, podem inclusive gerar danos psicoemocionais e levar os pacientes à depressão.

Conhecer todo o estado inflamatório e o processo regenerativo faz com o profissional tenha uma habilidade extra para reverter estas disfunções.

Dito isto, saber como manipular o estado inflamatório para induzir a um processo regenerativo, pode trazer de volta a função perdida.

Conhecer todo o processo regenerativo pode parecer óbvio, mas não é: “O mundo está cheio de coisas óbvias que ninguém jamais observa.” (Sherlock Holmes).

Obs: imagem do Google imagens, não sendo de autoria da Fta. Paula Machado.

#fisioterapia #inflamação #dor #regeneração #fibrose #lipoaspiração

Sobre gradientes e suas peculiaridades – parte 4

Muitas pessoas e pacientes não entendem a diferença entre um fisioterapeuta e outros profissionais da saúde, gerando muita confusão sobre as formas de autonomia de cada profissão.

A fisioterapia é uma ciência da saúde aplicada ao estudo, diagnóstico, prevenção e tratamento de disfunções* cinéticas funcionais, entre outros, decorrentes de alterações de órgãos e sistemas, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas, na atenção básica, na média complexidade e na alta complexidade.

*Disfunção, por definição, é o distúrbio ou alteração das funções que são consideradas “normais”, dentro de um espectro, ao ponto de causarem algum estado de funcionamento abaixo de suas funções, chegando a ficar prejudicado ou anormal. Em suma, é o oposto do funcional.

Dito isto, estudamos e diagnosticamos as diversas disfunções que um indivíduo pode apresentar a fim de trazer, guardada as devidas proporções, de volta a sua funcionalidade.

Por isso usamos vários métodos que nos auxiliam no diagnóstico da disfunção, como no caso do termograma abaixo de um homem, 68 anos, com relato de dores em ombros que gerou incapacidade de amplitude de movimento completa. Foi detectada várias alterações térmicas em seus ombros, complexo escapular e coluna que, ao serem testados foi aventado a hipótese de alguma lesão incapacitante. Foi encaminho para uma ressonância magnética e diagnosticado ruptura do manguito rotador.

O gradiente térmico é capaz de prover informações suficientes para auxiliar na assertividade do diagnóstico, antes mesmo de tocar no paciente sendo uma grande arma do fisioterapeuta para detectar disfunções térmicas. Este é o foco da ciência que estuda as disfunções, pois “olhamos um pouco de tudo e de tudo um pouco” (autor desconhecido).

#fisioterapia #avaliação #dor #termografia

Dor e suas respostas – parte 4

Colocamos agora a avaliação e seu uso na clínica, porque temos que usar todas as informações pertinentes para potencializarmos os resultados do tratamento.

Depois de entendermos como é complexa a percepção de dor pelo cérebro, podemos entender por que a dor é subjetiva. Claro, não descartamos nunca que dor é dor e esta reflete algum tipo de distúrbio.

Dito isso, quando o paciente tem alguma forma de referência de dor (queimação, pontada, latente, etc) devemos nos atentar para o tipo de referência, pois ele pode dizer muito sobre a disfunção.

Vamos resumir os tipos genéricos de dor que mais nos deparamos na clínica:

• Dor nociceptiva: normalmente, resultado de lesão do tecido e são resultado de reações inflamatórias;
Somática: Bem localizada, contínua, aumenta ao se pressionar a área;
Visceral: Difusa, pobremente localizada, referida a outra região corporal;

• Dor neuropática: é aquela decorrente de lesões anatômicas do sistema nervoso, tendo como característica principal a dor em queimação ou “ferroada” (superficial, em queimação ou pulsátil, hiperalgesia, paroxismos em pontadas ou disestesias);

• Dor funcional: está associada ao funcionamento anormal de um sistema nervoso anatomicamente íntegro;
Só de ouvirmos o relato consciente de dor do paciente já temos uma enorme pista da origem do problema, pois nele você pode achar a causa da disfunção.

Parafraseando Sherlock Holmes: “Os pequenos detalhes são sempre os mais importantes”.

#dor #fisioterapia

Estado inflamatório e regeneração – parte 3

O processo inflamatório pode ser descrito como uma síndrome, pois apresenta alterações imunológicas, bioquímicas e fisiológicas, produzindo respostas locais como sistêmicas.

Ele representa uma resposta do organismo a um agente agressor, podendo ser esse: micro-organismos, parasitas, agentes químicos ou físicos, reações imunológicas, ou mesmo células danificadas, geralmente necróticas. Cada agente agressor vai gerar uma resposta correspondente e, consequentemente, o grau de inflamação conhecidos como flogísticos.

Dito isso, cada fase do processo inflamação descreve como o organismo está reagindo e quando/como irá cessar com os mediadores que foram secretados para resolução do mesmo. Esse processo pode ser dividido em agudo ou crônico. Vamos entrar no mérito do agudo primeiro, pois este é o mais “rápido” de se solucionar.

O agudo, em geral, é resultado de um trauma e o processo inflamatório tem um começo, meio e fim (se bem resolvido). Já o crônico não, ele pode perdurar para sempre, tudo depende como esta o estímulo lesivo X resolução da inflamação.

Como na comparação destes dois termogramas abaixo, onde um apresenta alterações agudas (traumáticas) e outro crônicas (síndrome).

Como solucionar? Tudo é dependente de cada tipo de inflamação e o tempo de resolução do mesmo. Vamos entrar no mérito de cada um nos próximos posts.

#fisioterapia #inflamação #dor #regeneração

Caso 2 20-06-2021

Conhecimentos básicos em laserterapia – parte 3

Para aqueles que não entendem por que a laserterapia é tão apaixonante, vou mostrar o vídeo que me inspirou: o trabalho de Prof. Guenter Albrecht-Buehler, Ph.D. e a aula de “Dosimetry and Parameters of Laser Therapy” – Prof. Chukuka S. Enwemeka (assistam está linda aula do Prof. Chukuka S. Enwemeka). Me corrijam se eu estiver esquecendo alguma citação.

Este vídeo mostra como o fibroblasto “sabe” o que é uma radiação laser, em contraponto de uma luz comum, e as suas diversas doses terapêuticas. Para quem não sabe, este vídeo é fruto de um trabalho de 2008 (se não me engano), sensacional por assim dizer.

Podemos ver claramente que a célula é dose dependente. Por quê? Porque ela tem uma dependência de energia para realizar uma determinada função.

Portanto, colega fisioterapeuta, se você apenas aplicar laser sem conhecimento de toda ciência do infravermelho, vai estar desperdiçando seu tempo e o potencial regenerativo.

Este post foi apenas para mostrar este vídeo sensacional da interação luz-tecido, inclusive foi exatamente este vídeo que me fez “ver” na prática tudo aquilo que tinha estudado na teoria.

Nos próximos posts vou entrar nesta “dança” sublime da interação luz-tecido.

#fisioterapia #laserterapia

Sobre gradientes e formações – parte 3

Dentro da área da saúde, para se conseguir diagnósticos assertivos é necessário uma grande habilidade de raciocínio usando-se do método científico e a lógica dedutiva. Isso porque, existem infinitas possibilidades fisiopatológicas que podem acontecer num organismo vivo, facilitando o erro de diagnóstico.

Porém, quando nós temos um raciocínio lógico e dedutivo, usamos com exímia precisão as armas avaliativas que temos nas mãos, sejam elas quais forem.

Às vezes, nós temos as soluções mais simples a nossa frente, mas preferimos complicá-las. Tendemos sempre a buscar grandes e mirabolantes soluções, sendo que apenas uma simples pergunta pode lhe conceder uma simples resposta, resolvendo um complexo problema que está no nosso imaginário.

Como neste termograma abaixo de uma mulher de 57 anos, com histórico de dores em coxa, joelho e perna direita e que foram feitos vários exames de imagem para determinar a causa, sendo que nenhum conclusivo.

Ao realizar uma avaliação simples, foi aventada a possibilidade de a dor ser originária de uma raiz nervosa. Foi realizada então uma análise termográfica e verificou-se uma alteração térmica em lombar direita, sendo a paciente encaminhada então para realizar uma ressonância na região. Foi diagnosticada uma compressão nervosa na altura da irradiação correspondente ao relato de dor.

Uma simples análise lógica inicial pode ser determinante para um diagnóstico preciso e rápido.

Elementar caro colega, tudo depende da sua metodologia científica e lógica dedutiva para entender as pistas e suas nuances.

#fisioterapia #avaliação #dor #termografia

Dor e suas respostas – parte 3

Agora, caro colega fisioterapeuta, vamos entender como “mensurar ou definir” uma dor X disfunção, pois fazer isso é extremamente complexo.

Atualmente, entendemos a dor como um fenômeno ‘biopsicossocial’ que é resultante de uma combinação de fatores biológicos, psicológicos, comportamentais, sociais e culturais e não um fator binário como a lesão. Dito isso, a CIF (Classificação Internacional da Funcionalidade, incapacidade e saúde) foi criada para entender a “dor” (vamos simplificar, mas é muito mais que isso) como ela é, um fator biopsicossocial.

Portanto, quando mensuramos a “dor”, estamos apenas focando em um fator de uma complexa rede de informações. Por isso, devemos usar o relato consciente da dor e a patologia com parcimônia, pois elas são binárias.

Somado a isso, ainda temos todos o intrincado de métodos avaliativos como dito no post anterior, temos todos os resultados avaliativos que devem ser integrados e analisados com os resultados da CIF. Somente assim poderemos atestar uma disfunção e seus efeitos no indivíduo.

Vejam como é complexo determinar uma disfunção e seus efeitos no indivíduo. Claro que podemos nos ater apenas na disfunção para conduzirmos a reabilitação da melhor forma, mas devemos sempre ter em mente o que que a disfunção tem como consequência.

Minha modesta opinião: todo fisioterapeuta deveria fazer um curso de CIF. E conselho: façam no seu conselho de classe.

Reabilitar não é apenas “tirar” a dor, é devolver a função e independência do paciente, guardada as devidas proporções.

#dor #fisioterapia

Estado inflamatório e regeneração – parte 2

Vamos entrar nas fases inflamatórias para então, induzir a regeneração. Vamos iniciar com a o trauma agudo que é o mais fácil de entender.

É sabido que as fases da inflamação aguda, de modo rápido e sucinto, são:

• Reação vascular (calor e rubor decorrentes da lesão vascular que é proporcional a força do agente agressor);

• Aumento da permeabilidade vascular (edema, rubor e dor que visam facilitar o movimento de proteínas plasmáticas e células sanguíneas da circulação para o local da lesão);

• Proliferação tecidual (caracterizada por alterações do sistema vascular, dos componentes líquidos e celulares e adaptações do tecido conjuntivo);

• Reparação/Cicatrização (processo de conclusão, restauração da normalidade tecidual);

Opa, mas o último item por definição não está correto, pois se restauramos a “normalidade tecidual” o nome disso é regeneração. E isso, algumas vezes conseguimos alcançar na clínica, inclusive corroborado com exames de imagens.

Então temos aqui 2 processos conclusivos para um estado inflamatório: regeneração ou reparação (que aqui sim está correto o termo “cicatriz” – cicatrização).

(imagem: http://anatpat.unicamp.br/lamosso3.html)

Vamos entrar no mérito da diferença destes 2 processos nos próximos posts.

#fisioterapia #inflamação #dor #regeneração

Conhecimentos básicos em laserterapia – parte 2

Agora, entramos no mérito da radiação laser atuando no tecido, em particular, minha paixão.

Para aqueles que não conhecem a ação da radiação laser no tecido, vou apresentar abaixo duas imagens lindas captadas de uma simples câmera de celular que conseguia captar a luz infravermelha, pois algumas câmeras conseguem e outras não, tudo depende da lente.

Está é uma imagem de uma placa de petri com cultivo de células ósseas para receberem a radiação laser, parte de um estudo publicado. Seria lindo mostrar aqui a resposta celular vista no microscópio, mas infelizmente, não conseguirei.

A célula tem uma capacidade de triagem celular onde ela escolhe como captar e usar esta luz, determinando seu uso consciente. Muito semelhante ao que as abelhas fazem, lindo por se dizer.

Dito isso, caros colegas fisioterapeutas, imaginem como é a reação desta luz no organismo, in vivo. Nos próximos posts falarei mais sobre esta ação.

#fisioterapia #laserterapia