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Estado inflamatório e regeneração – parte 2

Vamos entrar agora nas diversas formas de induzirmos a regeneração. Vamos usar o trauma com ponto de referência inicial, que fica mais simples para entender.

Quando temos um trauma e iniciamos a resposta inflamatória temos diversos estágios que podemos induzir a regeneração. Claro, guardada as devidas proporções, quando mais precocemente atuarmos no trauma, mais podemos induzir a regeneração.

Então, vamos chamar de “janela mágica” os primeiros 15 dias de pós trauma. Isso porque nestes primeiros 15 dias temos o maior potencial de indução a regeneração e, dependendo da terapia aplicada, podemos induzir fortemente a regeneração celular.

Dito isso, devemos lembrar sempre que nestes 15 dias se não ultrapassarmos a capacidade do tecido, conseguiremos induzir o tecido ao desfecho da regeneração. Assim, quando possível, devemos usar estes primeiros 15 dias como indutor da regeneração. Porém, na clínica, é muito difícil o paciente chegar neste tempo, o que dificulta a indução à regeneração, mas não é impossível conseguirmos induzir após este período.

Como no caso da sequência de termogramas abaixo de uma paciente do sexo feminino, 74 anos e com várias comorbidades e fratura de patelas (bilateral) há 3 meses. Foi realizado uma Análise Termofuncional e detectado alterações térmicas que levantaram a hipótese de não consolidação. Foi solicitado exame de RX e verificado que a fratura não consolidou. Após 1 mês de tratamento foi realizado nova Análise Termofuncional e verificado melhora das alterações térmicas e foi solicitado novo exame de RX comprovando a quase completa consolidação óssea.

Sabendo cada fase da inflamação você saberá induzir a regeneração, este é o grande segredo para a indução à regeneração: conhecimento.

#inflação #dor #fisioterapia

Sobre gradientes e suas peculiaridades – parte 2

A grande maioria dos profissionais que fazem uso de termografia, acreditam que a temperatura “mais ou alta ou mais baixa” são os grandes indicadores de inflamação. Porém, como a correta formação no Método de Termografia Infravermelha nos ensina, nem de longe apenas a temperatura é o grande indicador e marcador risco.

Para aqueles que não sabem, antes da temperatura devemos primeiro entender os achados térmicos através do gradiente que, de longe, é o nosso grande aliado no MTI.

O entendimento do gradiente separa os curiosos que usam termografia dos termografistas master (Nível 3 e Categoria 3), pois com o conhecimento pleno de seu uso, sabemos em sua grande maioria das vezes que há um problema naquele local e o processo pelo qual há a transferência de calor. Isso diz muito ao termografista, principalmente o sentido do fluxo de calor que, para nós da saúde, mostra principalmente um vetor de forças.

A grandeza vetorial que o gradiente nos mostra nos ajuda muito mais do que a temperatura em si, inclusive esse princípio é usado em mecânica, elétrica, fornos e todas as outras especialidades que fazem uso da termografia. O gradiente nos permite entender os diversos processos de sobrecargas apresentados nas situações estudadas e, dependendo da área, pode explicar as causas da inflamação.

Na sequência de termogramas abaixo de um paciente do sexo masculino, 36 anos e sem histórico de comorbidades e apresentou dores em joelhos. Foi realizado uma Análise Termofuncional e detectado algumas alterações térmicas sem grandes alterações de temperatura. O que de fato auxiliou no diagnóstico foi o gradiente que revelou alterações de cadeias musculares e seus desequilíbrios.
Portanto, não é a temperatura em si que responde as diversas dúvidas da análise, mas sim o gradiente. Até porque, a primeira linha de análise que fazemos instintivamente é sobre o gradiente, vide os princípios das paletas de baixo contraste.

Ah o gradiente, nosso maior aliado.

#termografia #dor #fisioterapia #reabilitação #termografia

Estado inflamatório e regeneração – parte 1

A inflamação é uma resposta natural do organismo a agressões/lesões e que tem como objetivo proteger e restaurar os tecidos afetados e, quando tudo acontece de forma coordenada, o tecido almeja sempre chegar a regenerar tecidual. A inflamação é caracterizada por uma série de alterações bioquímicas e celulares que ocorrem no local da lesão, resultando em sintomas como dor entre outros (vermelhidão, inchaço e calor).

O aparecimento da dor na inflamação é resultado da ativação de fibras nervosas que respondem a estímulos mecânicos, térmicos e químicos. Essas fibras nervosas (nociceptores) são ativadas pela liberação de substâncias químicas inflamatórias (como a bradicinina e prostaglandinas) que sensibilizam as terminações nervosas e aumentam a resposta aos estímulos dolorosos. Além disso, a inflamação pode estimular a produção de substâncias químicas (TNF entre outros) que também contribuem para a geração da dor.

Quando a inflamação chega num certo patamar de intensidade, estes neurônios são ativados e a sinalização cerebral é acionada para gerar um mecanismo de proteção. Este mecanismo de dor é ativado para que possamos “imobilizar” o local, permitindo tempo para a célula tentar regenerar a lesão.

Quando respeitamos as fases da inflamação, conseguimos chegar a tão sonha regeneração. Se algo atrapalhar o processo minucioso que é a regeneração, o desfecho será a reparação. Às vezes, este não é um desfecho ruim, podendo ser muito bem utilizado, mas sempre devemos almejar a regeneração.

Desta forma, se colocarmos a regeneração como objetivo principal da reabilitação, os processos terapêuticos deverão ser mais acertados em relação ao melhor desfecho do processo, promovendo a completa restauração da funcionalidade do tecido.

Por isso, quando o paciente apresenta uma inflamação com presença de dor, devemos sempre almejar atingir o processo regenerativo, porque assim promoveremos de forma indireta a analgesia. Agora o inverso não é verdadeiro, almejar inicialmente a analgesia não determina que o desfecho final será a regeneração. Ah a regeneração, nosso maior objetivo.

#inflação #dor #fisioterapia

Conhecimentos básicos em laserterapia – parte 1

A radiação laser promove efeitos celulares e teciduais no local de sua aplicação, mas o que poucos fisioterapeutas sabem é que ela também promove efeitos locais e distantes do local da sua aplicação. E estes efeitos distantes nos ajudam muito na regeneração tecidual, porque quando nos deparamos com lesões teciduais estas normalmente não são apenas locais. Além disso, o tecido sofre com a sobrecarga imposta pelo local da lesão, gerando compensações teciduais dispersas ao foco originário da lesão.

Esta sobrecarga gera um mecanismo vicioso de lesão-sobrecarga-mais lesão dificultando a regeneração tecidual e a reabilitação. Um grande auxiliador para se quebrar este ciclo é justamente a laserterapia, pois ela induz fortemente à regeneração celular e tecidual do local da lesão e seu entorno.

Este efeito pode ser visto no vídeo termográfico abaixo de uma aplicação de laserterapia em uma lesão tendínea em tornozelo esquerdo. Pode-se notar as diversas reações teciduais com a aplicação e absorção da radiação no tecido, inclusive em áreas bem distantes da aplicação. Isto demostra claramente que o tecido reage a radiação de forma local e distante, por isso conseguimos ver estas as reações no vídeo.
Portanto, a grande arma do fisioterapeuta para a indução à regeneração é a laserterapia, pois somente com ela podemos quebrar o ciclo vicioso de lesão-sobrecarga-lesão, promovendo a regeneração tecidual.

Este efeito vai ajudar muito na rápida reabilitação do paciente, somado a isso o efeito tecidual da aplicação da laserterapia é único: a regeneração celular. Dito isso, a laserterapia de longe é a maior arma regenerativa do fisioterapeuta.

#termografia #dor #fisioterapia #reabilitação #laser #laserterapia

Laserterapia 1 – 25-01-23

Sobre gradientes e suas peculiaridades – parte 7

Muitas vezes na clínica existem casos em que os exames de imagem não corroboram com o relato consciente de dor do paciente e isso dificulta apresentarmos um diagnóstico ao paciente.

Neste cenário, chegamos apenas a aventar hipóteses diagnósticas e isso pode frustrar muito o fisioterapeuta e o paciente.

Como no caso abaixo de um paciente do sexo masculino, 36 anos e sem comorbidades que apresentou fortes dores em região lombar, mas sem lesões (apenas desidratação de discos de L3-S1) importantes em ressonância magnética, não condizendo com a intensidade do relato de dor. O paciente chegou a fazer outras formas de terapia sem resultados satisfatórios.

Ao realizar uma Análise Termofuncional, foi possível verificar alterações térmicas em região lombar indicando disfunções correspondentes ao relato de dor do paciente. Isso possibilitou entender alguns reflexos protetores de dor, tensões musculares e positividade de cadeias musculares. Permitindo assim, uma precisão e exatidão nas técnicas e terapias escolhidas a ponto de retirar a dor em pouquíssimo tempo.

Saber que o gradiente demonstra muito mais do que “corzinhas” numa imagem é a diferença entre dar um diagnóstico preciso da disfunção versus a eterna busca do diagnóstico da disfunção.

Ah, o gradiente, nosso maior aliado na busca e no entendimento das disfunções do paciente.

#fisioterapia #avaliação #dor #termografia

Conhecimentos básicos em laserterapia – parte 6

Agora vamos entender como a laserterapia tem um crescente de temperatura, e isso não é ruim, como acreditava-se antigamente.

Como dito nos posts anteriores, somos seres homeotérmicos e dependemos de temperatura para os diversos metabolismos celulares, claro, guardada as devidas proporções.

Dito isso, devemos entender que mesmo a radiação laser gerar altas temperaturas, não teremos reações pró inflamatórias com isso, pois isso é um tabu. Como no vídeo abaixo, onde temos uma aplicação de radiação laser (500mW e 808nm) em que temos o aumento progressivo da temperatura sem muitos efeitos sistemas e locais (sem danos).

Isto porque dependendo da lesão do tecido (tipo de lesão, tempo, compensação, etc.) precisaremos de energia, muita energia para gerar um pequeno estímulo regenerativo. Sem isso, a laserterapia será insuficiente para estimular os tecidos.

Isso lhe parece familiar:

• Em alguns casos de aplicação da laserterapia temos apenas analgesia (totalmente relativo) sem efeitos regenerativos;

• Em alguns casos termos regeneração, inclusive com exames de imagem (conclusivo).

Como fazer a correta aplicação para diferenciarmos entre os dois? Muito estudo, muita prática e muito conhecimento na ciência do infravermelho.

Parafraseando Sherlock Homes: “Par uma mente ampla, nada é pequeno”.

#fisioterapia #laserterapia

Conhecimentos básicos em laserterapia – parte 5

No post anterior, fizemos uma breve história sobre temperatura e laserterapia. Vamos agora corroborar demonstrando na prática como a radiação laser altera a temperatura local e como esta permanecer um tempo alterada.

A sequência dos 3 termogramas abaixo mostra como a radiação laser (808nm, 250mW) altera a temperatura no local de aplicação.

Dito isso, temos o 1° termograma, sem aplicação e sem alteração de temperatura, e os dois termogramas em sequência. Cada aplicação de laser tem 2min e 40seg, sendo que podemos ver claramente onde cada aplicação de laser foi feita e, ainda, é possível ver a permanência da temperatura nos pontos aplicados.

Como pode ser visto, temos alterações térmicas decorrentes da radiação laser e sua permanência por um breve período. Estes efeitos são importantíssimos para a indução da regeneração e não os considerar é uma falha metodológica.

O mais incrível é a sincronia entre o uso da laserterapia com o Método de Termografia Infravermelha, pois são semelhantes: o laser usa a radiação infravermelha e o MTI capta a radiação naturalmente emitidas pelos corpos, em função de sua temperatura.

Incrível ver esta sincronia e mais maravilhoso ainda é poder usar ambos, potencializando a terapia.

#fisioterapia #laserterapia

Estado inflamatório e clínica – parte 4

Vamos entender agora como usar o conhecimento dos estados inflamatórios na clínica. Uma forma muito simples e metodológica de explicar a inflamação e como usar este conhecimento na clínica, é a área de dermato funcional.

Dermato funcional é uma linha fisioterapêutica que trabalha com o sistema tegumentar humano (cabelos, glândulas, unhas, pelos, receptores sensoriais, entre outros). Isto é, trata desequilíbrios funcionais e estéticos decorrentes de doenças, intervenções cirúrgicas e/ou complicações (traumáticas, pós-operatórias) que afetam direta ou indiretamente a integridade do corpo.

Nesta linha terapêutica, existem disfunções muito incapacitante como as fibroses e, normalmente, são pós-operatórias (sejam de plásticas ou ortopédicas) e queimaduras. Tão incapacitantes quanto as fibroses, também temos os queloides. Ambas, podem inclusive gerar danos psicoemocionais e levar os pacientes à depressão.

Conhecer todo o estado inflamatório e o processo regenerativo faz com o profissional tenha uma habilidade extra para reverter estas disfunções.

Dito isto, saber como manipular o estado inflamatório para induzir a um processo regenerativo, pode trazer de volta a função perdida.

Conhecer todo o processo regenerativo pode parecer óbvio, mas não é: “O mundo está cheio de coisas óbvias que ninguém jamais observa.” (Sherlock Holmes).

Obs: imagem do Google imagens, não sendo de autoria da Fta. Paula Machado.

#fisioterapia #inflamação #dor #regeneração #fibrose #lipoaspiração

Dor e suas respostas – parte 4

Colocamos agora a avaliação e seu uso na clínica, porque temos que usar todas as informações pertinentes para potencializarmos os resultados do tratamento.

Depois de entendermos como é complexa a percepção de dor pelo cérebro, podemos entender por que a dor é subjetiva. Claro, não descartamos nunca que dor é dor e esta reflete algum tipo de distúrbio.

Dito isso, quando o paciente tem alguma forma de referência de dor (queimação, pontada, latente, etc) devemos nos atentar para o tipo de referência, pois ele pode dizer muito sobre a disfunção.

Vamos resumir os tipos genéricos de dor que mais nos deparamos na clínica:

• Dor nociceptiva: normalmente, resultado de lesão do tecido e são resultado de reações inflamatórias;
Somática: Bem localizada, contínua, aumenta ao se pressionar a área;
Visceral: Difusa, pobremente localizada, referida a outra região corporal;

• Dor neuropática: é aquela decorrente de lesões anatômicas do sistema nervoso, tendo como característica principal a dor em queimação ou “ferroada” (superficial, em queimação ou pulsátil, hiperalgesia, paroxismos em pontadas ou disestesias);

• Dor funcional: está associada ao funcionamento anormal de um sistema nervoso anatomicamente íntegro;
Só de ouvirmos o relato consciente de dor do paciente já temos uma enorme pista da origem do problema, pois nele você pode achar a causa da disfunção.

Parafraseando Sherlock Holmes: “Os pequenos detalhes são sempre os mais importantes”.

#dor #fisioterapia

Conhecimentos básicos em laserterapia – parte 3

Para aqueles que não entendem por que a laserterapia é tão apaixonante, vou mostrar o vídeo que me inspirou: o trabalho de Prof. Guenter Albrecht-Buehler, Ph.D. e a aula de “Dosimetry and Parameters of Laser Therapy” – Prof. Chukuka S. Enwemeka (assistam está linda aula do Prof. Chukuka S. Enwemeka). Me corrijam se eu estiver esquecendo alguma citação.

Este vídeo mostra como o fibroblasto “sabe” o que é uma radiação laser, em contraponto de uma luz comum, e as suas diversas doses terapêuticas. Para quem não sabe, este vídeo é fruto de um trabalho de 2008 (se não me engano), sensacional por assim dizer.

Podemos ver claramente que a célula é dose dependente. Por quê? Porque ela tem uma dependência de energia para realizar uma determinada função.

Portanto, colega fisioterapeuta, se você apenas aplicar laser sem conhecimento de toda ciência do infravermelho, vai estar desperdiçando seu tempo e o potencial regenerativo.

Este post foi apenas para mostrar este vídeo sensacional da interação luz-tecido, inclusive foi exatamente este vídeo que me fez “ver” na prática tudo aquilo que tinha estudado na teoria.

Nos próximos posts vou entrar nesta “dança” sublime da interação luz-tecido.

#fisioterapia #laserterapia