A Clínica
Av. Lavandisca, 741 - Cj. 102 - Moema
Agende sua consulta
(11) 99425-8489
Horário
Segunda a Sábado: 08:00 - 20:00

Estado inflamatório e clínica – parte 4

Vamos entender agora como usar o conhecimento dos estados inflamatórios na clínica. Uma forma muito simples e metodológica de explicar a inflamação e como usar este conhecimento na clínica, é a área de dermato funcional.

Dermato funcional é uma linha fisioterapêutica que trabalha com o sistema tegumentar humano (cabelos, glândulas, unhas, pelos, receptores sensoriais, entre outros). Isto é, trata desequilíbrios funcionais e estéticos decorrentes de doenças, intervenções cirúrgicas e/ou complicações (traumáticas, pós-operatórias) que afetam direta ou indiretamente a integridade do corpo.

Nesta linha terapêutica, existem disfunções muito incapacitante como as fibroses e, normalmente, são pós-operatórias (sejam de plásticas ou ortopédicas) e queimaduras. Tão incapacitantes quanto as fibroses, também temos os queloides. Ambas, podem inclusive gerar danos psicoemocionais e levar os pacientes à depressão.

Conhecer todo o estado inflamatório e o processo regenerativo faz com o profissional tenha uma habilidade extra para reverter estas disfunções.

Dito isto, saber como manipular o estado inflamatório para induzir a um processo regenerativo, pode trazer de volta a função perdida.

Conhecer todo o processo regenerativo pode parecer óbvio, mas não é: “O mundo está cheio de coisas óbvias que ninguém jamais observa.” (Sherlock Holmes).

Obs: imagem do Google imagens, não sendo de autoria da Fta. Paula Machado.

#fisioterapia #inflamação #dor #regeneração #fibrose #lipoaspiração

Sobre gradientes e suas peculiaridades – parte 4

Muitas pessoas e pacientes não entendem a diferença entre um fisioterapeuta e outros profissionais da saúde, gerando muita confusão sobre as formas de autonomia de cada profissão.

A fisioterapia é uma ciência da saúde aplicada ao estudo, diagnóstico, prevenção e tratamento de disfunções* cinéticas funcionais, entre outros, decorrentes de alterações de órgãos e sistemas, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas, na atenção básica, na média complexidade e na alta complexidade.

*Disfunção, por definição, é o distúrbio ou alteração das funções que são consideradas “normais”, dentro de um espectro, ao ponto de causarem algum estado de funcionamento abaixo de suas funções, chegando a ficar prejudicado ou anormal. Em suma, é o oposto do funcional.

Dito isto, estudamos e diagnosticamos as diversas disfunções que um indivíduo pode apresentar a fim de trazer, guardada as devidas proporções, de volta a sua funcionalidade.

Por isso usamos vários métodos que nos auxiliam no diagnóstico da disfunção, como no caso do termograma abaixo de um homem, 68 anos, com relato de dores em ombros que gerou incapacidade de amplitude de movimento completa. Foi detectada várias alterações térmicas em seus ombros, complexo escapular e coluna que, ao serem testados foi aventado a hipótese de alguma lesão incapacitante. Foi encaminho para uma ressonância magnética e diagnosticado ruptura do manguito rotador.

O gradiente térmico é capaz de prover informações suficientes para auxiliar na assertividade do diagnóstico, antes mesmo de tocar no paciente sendo uma grande arma do fisioterapeuta para detectar disfunções térmicas. Este é o foco da ciência que estuda as disfunções, pois “olhamos um pouco de tudo e de tudo um pouco” (autor desconhecido).

#fisioterapia #avaliação #dor #termografia

Dor e suas respostas – parte 4

Colocamos agora a avaliação e seu uso na clínica, porque temos que usar todas as informações pertinentes para potencializarmos os resultados do tratamento.

Depois de entendermos como é complexa a percepção de dor pelo cérebro, podemos entender por que a dor é subjetiva. Claro, não descartamos nunca que dor é dor e esta reflete algum tipo de distúrbio.

Dito isso, quando o paciente tem alguma forma de referência de dor (queimação, pontada, latente, etc) devemos nos atentar para o tipo de referência, pois ele pode dizer muito sobre a disfunção.

Vamos resumir os tipos genéricos de dor que mais nos deparamos na clínica:

• Dor nociceptiva: normalmente, resultado de lesão do tecido e são resultado de reações inflamatórias;
Somática: Bem localizada, contínua, aumenta ao se pressionar a área;
Visceral: Difusa, pobremente localizada, referida a outra região corporal;

• Dor neuropática: é aquela decorrente de lesões anatômicas do sistema nervoso, tendo como característica principal a dor em queimação ou “ferroada” (superficial, em queimação ou pulsátil, hiperalgesia, paroxismos em pontadas ou disestesias);

• Dor funcional: está associada ao funcionamento anormal de um sistema nervoso anatomicamente íntegro;
Só de ouvirmos o relato consciente de dor do paciente já temos uma enorme pista da origem do problema, pois nele você pode achar a causa da disfunção.

Parafraseando Sherlock Holmes: “Os pequenos detalhes são sempre os mais importantes”.

#dor #fisioterapia

Sobre gradientes e formações – parte 3

Dentro da área da saúde, para se conseguir diagnósticos assertivos é necessário uma grande habilidade de raciocínio usando-se do método científico e a lógica dedutiva. Isso porque, existem infinitas possibilidades fisiopatológicas que podem acontecer num organismo vivo, facilitando o erro de diagnóstico.

Porém, quando nós temos um raciocínio lógico e dedutivo, usamos com exímia precisão as armas avaliativas que temos nas mãos, sejam elas quais forem.

Às vezes, nós temos as soluções mais simples a nossa frente, mas preferimos complicá-las. Tendemos sempre a buscar grandes e mirabolantes soluções, sendo que apenas uma simples pergunta pode lhe conceder uma simples resposta, resolvendo um complexo problema que está no nosso imaginário.

Como neste termograma abaixo de uma mulher de 57 anos, com histórico de dores em coxa, joelho e perna direita e que foram feitos vários exames de imagem para determinar a causa, sendo que nenhum conclusivo.

Ao realizar uma avaliação simples, foi aventada a possibilidade de a dor ser originária de uma raiz nervosa. Foi realizada então uma análise termográfica e verificou-se uma alteração térmica em lombar direita, sendo a paciente encaminhada então para realizar uma ressonância na região. Foi diagnosticada uma compressão nervosa na altura da irradiação correspondente ao relato de dor.

Uma simples análise lógica inicial pode ser determinante para um diagnóstico preciso e rápido.

Elementar caro colega, tudo depende da sua metodologia científica e lógica dedutiva para entender as pistas e suas nuances.

#fisioterapia #avaliação #dor #termografia

Estado inflamatório e regeneração – parte 2

Vamos entrar nas fases inflamatórias para então, induzir a regeneração. Vamos iniciar com a o trauma agudo que é o mais fácil de entender.

É sabido que as fases da inflamação aguda, de modo rápido e sucinto, são:

• Reação vascular (calor e rubor decorrentes da lesão vascular que é proporcional a força do agente agressor);

• Aumento da permeabilidade vascular (edema, rubor e dor que visam facilitar o movimento de proteínas plasmáticas e células sanguíneas da circulação para o local da lesão);

• Proliferação tecidual (caracterizada por alterações do sistema vascular, dos componentes líquidos e celulares e adaptações do tecido conjuntivo);

• Reparação/Cicatrização (processo de conclusão, restauração da normalidade tecidual);

Opa, mas o último item por definição não está correto, pois se restauramos a “normalidade tecidual” o nome disso é regeneração. E isso, algumas vezes conseguimos alcançar na clínica, inclusive corroborado com exames de imagens.

Então temos aqui 2 processos conclusivos para um estado inflamatório: regeneração ou reparação (que aqui sim está correto o termo “cicatriz” – cicatrização).

(imagem: http://anatpat.unicamp.br/lamosso3.html)

Vamos entrar no mérito da diferença destes 2 processos nos próximos posts.

#fisioterapia #inflamação #dor #regeneração

Conhecimentos básicos em laserterapia – parte 2

Agora, entramos no mérito da radiação laser atuando no tecido, em particular, minha paixão.

Para aqueles que não conhecem a ação da radiação laser no tecido, vou apresentar abaixo duas imagens lindas captadas de uma simples câmera de celular que conseguia captar a luz infravermelha, pois algumas câmeras conseguem e outras não, tudo depende da lente.

Está é uma imagem de uma placa de petri com cultivo de células ósseas para receberem a radiação laser, parte de um estudo publicado. Seria lindo mostrar aqui a resposta celular vista no microscópio, mas infelizmente, não conseguirei.

A célula tem uma capacidade de triagem celular onde ela escolhe como captar e usar esta luz, determinando seu uso consciente. Muito semelhante ao que as abelhas fazem, lindo por se dizer.

Dito isso, caros colegas fisioterapeutas, imaginem como é a reação desta luz no organismo, in vivo. Nos próximos posts falarei mais sobre esta ação.

#fisioterapia #laserterapia

Estado inflamatório e regeneração – parte 1

Agora vamos entender como trazer as informações do estado inflamatório para a indução à regeneração.

Depois de uma correta avaliação, determina-se a fase do estado inflamatório para então, podermos induzi-lo a regeneração.

Vamos colocar como exemplo o caso abaixo de um termograma de uma entorse de tornozelo de 1 semana. Existem pontos nítidos de alteração térmica em face dorsal do tornozelo do ante pé. Portanto sabemos que existe alguma forma de lesão. Ao realizar ressonância magnética, foi constatado fratura entre outras lesões.

Sabemos então que para termos uma completa e eficaz consolidação, teremos que ter a fase de imobilização, amplitude de movimento e início de carga.

A pergunta que fica é: quando e por quanto tempo cada uma destas fases devem permanecer para iniciar outra.

Esta resposta deve seguir todas as fases do processo inflamatório, ou seja, sai cada fase de cor para não errar. Somente assim, poderemos iniciar uma correta indução a regeneração.

Esta informação, caro colega fisioterapeuta, é a que o fará chegar até a completa regeneração celular.

#fisioterapia #inflamação #dor #regeneração

Sobre gradientes e suas peculiaridades – parte 1

Fisioterapeuta, você sabia que a termografia só pode ser usada para detectar alterações térmicas e não como método de diagnóstico?

Sim. O Método de Termografia Infravermelha detecta a localização e a intensidade de uma alteração térmica, ou seja, nos ajuda a localizar e entender, com maior precisão, se a intensidade de uma alteração térmica tem significado clínico e/ou funcional.

Dito isso, nos sistemas orgânicos, somente com gradientes significativos, segundo critérios bem estabelecidos, podemos detectar e atestar as alterações térmicas e definir se estão ou não associadas a disfunções.

Como neste caso de uma alteração térmica localizada na face anterior do ombro que é condizente com o tendão da cabeça curta do bíceps. O que poderia ser? Isso somente poderá ser respondido com mais avaliações, pois o uso correto do MTI determina que, quando se localiza uma alteração térmica com uma intensidade que represente “aviso”, outros exames de imagem devem ser acrescentados.

Este é o uso correto do MTI através de uma prática numa determinada especialidade = técnica. Toda e qualquer técnica tem que ser constituída de uma lógica sistematizada, uma reprodutibilidade e escalabilidade configurando assim: CIÊNCIA.

Então, caro colega, se sua técnica não for sistematizada, reprodutível e escalável, não é uma TÉCNICA CIENTÍFICA e sim uma experiência clínica.

Parafraseando Sherlock Homes: “Você vê, mas não observa.”

#fisioterapia #termografia

Dor e suas respostas – parte 1

Colega fisioterapeuta, você sabe como podemos usar os sistemas analgésicos durante a reabilitação?

Primeiramente vamos entender a intensidade com que cada pessoa sente e reage a situações de dores semelhantes, pois temos uma facilidade diferente para cada indivíduos na ativação das vias analgésicas naturais.

A via analgésica principal tem ações de modulação para a percepção da dor: a) opioides naturais (áreas cinzentas periaquedutais e periventriculares); b) liberação de serotonina (núcleos magno da rafe e reticular gigantocelular) e c) liberação de encefalinas e endorfinas na sinapse local (núcleos de interneurônios na medula espinhal dorsal).

Sistema este que permite uma regulação em feedback do nível da dor, pois uma excitação excessiva desta induz um aumento dos sinais analgésicos a nível talâmico reduzindo a intensidade percebida da dor (relato de dor consciente). Dito isso, uma mesma lesão tecidual pode causar muito mais dor se for de causa desconhecida ou considerada pelo indivíduo como “perigosa”, do que se for de causa conhecida ou tida como pouco “perigosa”.

Além desta via específica para determinados segmentos espinhais, a hipófise produz também beta-endorfinas, que são liberadas para o sangue e para todo o cérebro, e podem ter importância na diminuição das sensações dolorosas em indivíduos com síndromes sistêmicas (tolerância crônica).

O sistema límbico, que faz o controle emocional, também ajuda a estimular ou inibir as vias analgésicas naturais, sendo um auxiliar em alguns casos. (wikipedia)

Óbvio que essa é uma simplificação de um sistema riquíssimo de informações, mas nos dá base para entendermos a dor consciente do paciente para guiarmos a nossa reabilitação. A carga terapêutica tem que estar intimamente associada a queda da percepção consciente da dor e, com a progressão terapêutica, com a ausência total da dor.

Sem esse entendimento, podemos exceder a carga e até causar dano tecidual. Por isso, como fisioterapeutas, devemos sempre entender e ouvir a “dor do paciente”.

#dor #fisioterapia

Estado inflamatório e regeneração – parte 11

Finalmente, vamos entrar no aspecto clínico da inflação.

O estado inflamatório é o grande alvo do fisioterapeuta, quase uma fórmula de Pareto, sendo quase 80% da sua clínica.

Entender e diagnosticar a causa é umas etapas mais importantes para um resultado satisfatório, pois lidamos principalmente com o relato consciente da dor do paciente. Depois do relato da dor é que podemos entrar com a avaliação física, quando possível, e por fim, quando conseguimos, os exames de imagem.

Isso torna a clínica quase cega, tatiando no escuro inúmeras possibilidades. A forma mais eficaz, é cruzar informações qualitativas (relato de dor e exame físico) e quantitativas (exames) e, mesmo assim, pode ser difícil explicar uma inflamação.

Como neste termograma onde vemos claramente a irradiação nervosa à partir da coluna lombar.

Só isso explicaria a dor? Absolutamente não, ela mostra a possível origem e esta que deve ser investigada.

Por isso, colega fisioterapeuta, use de todo o seu conhecimento e analise de forma qualitativa e quantitativa com raciocínio lógico e consistente. Aí sim, você chegará na causa.

#fisioterapia #inflamação #dor #termografia