Sobre gradientes e suas peculiaridades 2
O gradiente, de longe, é a forma mais eficaz de análise termográfica que se pode fazer, desde as exatas até as biociências. Um exemplo disso foi caso em que eu mesma usei a termografia para responder a minha dor.
Realizei há 2 anos atrás uma cirurgia de endometriose com retirada de um foco de mais de 2,8 cm de endometrioma no ovário direito e retirada do próprio ovário direito. Eu passei a sentir dores nas costas após a cirurgia e imaginei que a cicatrização, por conta da retirada da endometriose, causaria alguma forma de retração de tecidos. Comecei então a tratar o tecido com vários métodos e técnicas para o caso. Porém, ainda assim a dor não cessava e, muitas vezes, piorava.
Solicitei então uma Ressonância Magnética (07/24) de pelve que revelou:
“Espessamento retrátil retrocervical à direita, estendendo-se ao longo do ligamento uterossacro e largo do mesmo lado e mantendo contato com a fossa ovariana direita, com tênues focos hemáticos. Mede cerca de 1,4 x 0,9 cm. Tais achados podem representar alterações cirúrgicas, não sendo possível afastar a possibilidade de eventual foco residual de endometriose.”
Apesar dos resultados da Ressonância responderem que existia uma cicatrização, esta não conseguiu revelar como a cicatriz estava causando esta disfunção na lombar, pois a cicatrização era no local do endometrioma. Resolvi captar uma imagem eu mesma no consultório (20/01/25) e, por isso, já peço desculpas pela falta de qualidade na captação da imagem.
Para minha surpresa, a imagem captada no termograma revelaria uma força tênsil de contração da cicatriz que respondia exatamente o porquê da minha dor = disfunção. Isso porque o gradiente não demonstrou um vetor de forças correspondente a uma compressão nervosa ou inflamação na coluna de alguma forma, mas sim uma forma de tesão exercida no quadrado lombar e psoas maior direitos, gerando inclusive estresse metabólico e, consequentemente, dor muscular.
Este é um exemplo exatamente do porque a análise termográfica deve ser feita com critérios baseados inicialmente no gradiente, muito antes de se pensar em temperaturas.
Tal como nas exatas, a temperatura só é avaliada quando outros fatores de anomalias já demonstram risco, principalmente o gradiente.
Por isso, quem realmente tem o conhecimento da termografia, faz uso do gradiente rotineiramente.
Ah o gradiente, nosso maior aliado.
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