A Clínica
Av. Lavandisca, 741 - Cj. 102 - Moema
Agende sua consulta
(11) 99425-8489
Horário
Segunda a Sábado: 08:00 - 20:00

Sherlock e compreensão

Reservar um tempo, dentro da avaliação, para analisarmos adequadamente os dados coletados é a maneira mais assertiva de chegar a um diagnóstico correto.
Uma avaliação sem pré ponderação é quase um achismo, um convite para o erro. Por mais que algumas coisas possam estar na nossa cara e nós vemos, podemos não os compreender.
Um grande acerto é não confiar apenas no que você colhe de informações faladas (relato do paciente) e apenas em um exame visual e físico.
SEM certificar-se de ter fatos e provas para corroborar os seus achados, o erro torna-se inerente. Peça sempre um exame de imagem, qualquer exame de imagem, pois ele poderá te guiar para um diagnóstico assertivo.
Relato sem fatos é achismo e você pode facilmente se equivocar. Como nesta imagem linda de uma irradiação lombar, corroborando com o relato do paciente de irradiação em seus membros inferiores e não na lombar.
Elementar meu caro, nem tudo que você vê você consegue entender, atenha-se aos fatos e junte o relato para a melhor compreensão dos eventos.
#fisioterapia #avaliação #termografia #termografiainfravermelha #ciência

Estado inflamatório e regeneração – parte 5

Agora vamos tratar o estado inflamatório pode ser nosso amigo. Se tivermos o privilégio de começar o tratamento nos primeiros dias de pós trauma, será o sonho de indução à regeneração. Infelizmente, essa não é a grande realidade.

A grande maioria chega depois de 20-30 dias pós trauma. Neste momento, o estado inflamatório já pode ter iniciado um processo de reparação. Isso faz com que a indução a regeneração seja mais difícil, demorada e menos eficiente.

Isso acontece porque podem ocorrer inúmeros efeitos durante o estado inflamatório que acabam por levar este a reparação, o que na realidade é muito fácil. Portanto, quanto antes iniciarmos a indução à regeneração, maiores as chances de levarmos a lesão para um processo regenerativo.

Os grandes vilões da regeneração, são:

1. Até o 7° dia: onde ocorre o controle hemorrágico e inflamatório;

2. Até o 14° dia: onde existem marcadores pró regenerativos e de reestruturação da matrix extra celular;

3. Até o 45° dia: onde ainda conseguimos induzir a um processo regenerativo.

Ou seja, quanto antes iniciarmos a indução à regeneração, maiores as chances de produzirmos um processo regenerativo.

#fisioterapia #inflamação #dor

Conhecimentos básicos em laserterapia – parte 5

Efeitos luz-tecido para indução à regeneração celular: fotobioindução.

Para que haja efeito clínico (reação fotoquímica – primeira lei de fotobiologia de Grotthus-Draper – falaremos depois) é necessário que a luz seja absorvida pelo tecido, pois temos perdas através de vários fatores.

Um conceito muito antigo é que a energia absorvida é conhecida como densidade de energia ou fluência e esta causa o efeito fotoquímico na célula. Porém, conceitos novos afirmam que a coisa mais importante é a relação exponencial entre a fração de radiação absorvida por uma substância e a concentração da substância.

Ou seja:
“A absorção da luz do laser NÃO é apenas dependente da quantidade de cromóforo presente no tecido e da correspondência entre o comprimento de onda utilizado e as características de absorção daquele cromóforo, nem apenas por agentes fotossensibilizantes. É muito mais do que isso”

Todo o tecido, a matrix extra celular e seus substratos, também reagem a radiação laser, inclusive este efeito é tão importante quanto a absorção pelos cromóforos. Assim, a concentração de substâncias na matrix celular e extra celular são as coisas mais importantes num efeito de fotobioindução, foque nisso.

#laser #laserterapia #fisioterapia

Sobre gradientes e suas peculiaridades – parte 5

Você sabe o que é um gradiente térmico e o que ele representa?

Um gradiente térmico é uma mudança gradual e contínua de temperatura em função da posição (ou da distância) a partir da fonte ou sorvedouro de calor.

Os gradientes de temperatura são utilizados para descrever a direção e a taxa de variação de temperatura em uma área em particular. Ao final, os gradientes térmicos mostram a direção e sentido do fluxo de calor.

Na fisioterapia, isso é importante para entendermos o sentido da sobrecarga, pois é mostrado o vetor de força sobre o tecido. Isso diz para o fisioterapeuta como as cargas se comportam na reabilitação em geral e se comportam os diversos vetores nas alterações postural.

A Termofuncional criou a primeira Avaliação Funcional e Postural Térmica para a correta compreensão destes gradientes e o que eles significam no todo, tal como usá-los para uma maior eficácia terapêutica.

Não basta ter uma câmera termográfica, você tem que entender toda a ciência por trás desta tecnologia e a correta forma de usá-la na sua profissão. Gradientes são lindos, como neste termograma abaixo que mostra um vetor na tíbia. Porém, se você não os compreender, eles podem te iludir.

#fisioterapia #termografiainfravermelha

Dor e suas respostas – parte 4

Um grande problema na clínica é o fato de objetivar toda a reabilitação na retirada da dor. Como visto nos posts anteriores, o relato consciente da dor não descreve totalmente o que ocorre no tecido e você poderá subestimar o estado inflamatório.

Dito isso, devemos nos ater as outras formas de verificar os efeitos inconscientes da dor, como pode ser visto nas alterações biomecânicas e posturais. Ponto esse importantíssimo e somente deve-se pensar em carga e alta depois de verificarmos o estado inflamatório e suas repercussões, nunca sem isso. Exatamente por isso que temos recidivas de dor em pacientes que tiveram início da carga ou alta de forma imprudentemente antecipada.

Antes de incrementar a carga e ou alta, reavalie a capacidade tecidual, a biomecânica e a postura. Lembre-se: o relato consciente da dor deve ser perguntado em todas as sessões, no começo e no final. No começo, você saberá se os efeitos da analgesia estão funcionando e depois se a carga terapêutica está adequada aquele estado inflamatório.

O relato consciente da dor apenas irá guiar você na fase álgica, portanto cuidado, nunca reabilite no “escuro”, pois a possibilidade de errar é infinita. Entraremos neste mérito nos próximos posts.

#dor #fisioterapia

Sherlock e visão

Uma avalição muito bem feita pode lhe dar 70%, ou mais, dos resultados terapêuticos. Porém, quando você não tem informações suficientes para fechar um diagnóstico ou até uma hipótese, inevitavelmente sua terapia será pobre.

Também se você tiver todas as ferramentas na mão, mas sem conhecimento suficiente para usar todo seu potencial, sua avaliação também será comprometida.

Ver nem sempre é entender. Um grande desafio no meu meio é ver que o uso da termografia está muito aquém do que deveria ser. O fato de ser ter uma “imagem” colorida na tela dá uma falsa sensação de entendimento e passamos a “assumir” coisas.

Nem tudo é tão simples assim. Cada cor reflete um dado numa grande imagem captada e ela pode ser expressa numa determinada cor. Você tem que saber o que aquela escala de cores representa na imagem.

Isso vai proporcionar uma maior propriedade para se observar os achados e chegar, ou não, a uma determinada conclusão.

Elementar meu caro, você poder ver, mas não está de fato entendendo, você está adivinhando.

#fisioterapia #avaliação #termografia #termografiainfravermelha #ciência

Estado inflamatório e regeneração – parte 4

O estado inflamatório pode ser seu amigo ou seu inimigo, tudo dependerá de como você o trata. Vejam, a inflamação, se não cessada, ainda poderá te ajudar.

Veja, se temos os primeiros 3 meses de maior ascensão e platô do estado inflamatório, então logicamente estes 3 primeiros meses são o nosso maior aliado.

Vejam como é lógico, e lindo por assim dizer, do ponto zero do trauma, passando pelos estados inflamatórios até chegar a completa regeneração tecidual:

1. De 45 dias à 3 meses: ascensão e platô da inflamação;

2. 3-6 meses: inflexão e início do decrescimento da inflamação;

3. 6-12 meses: estágio de início remodelativo, quase um Turnover para troca do tecido lesado para o de origem. Ainda existe inflamação, ela não está fechada;

4. 12-24 meses: trocas constantes celulares para destruir o tecido lesado (tecidos inespecíficos que auxiliam na sustentação arquitetônica pós lesão) e depositar tecidos imaturas e completar a regeneração celular. O resultado final será a troca do tecido lesado pelo tecido de origem e o fechamento completo da inflamação,

Como dito, se você o tratar bem o tecido ele irá para a regeneração. Se não, ele irá para a reparação e ou degeneração.

#fisioterapia #inflamação #dor

Sobre gradientes e suas peculiaridades – parte 4

A atividade física promove inúmeros efeitos benéficos imediatos e tardios no organismo. Os imediatos, são vistos durante ou imediatamente ao término do exercício.

Já os efeitos tardios são mais visíveis ao longo de um determinado, tempo de acordo com a atividade executada. Cada atividade tem um efeito resposta e esta nem sempre pode ser vista ou completamente medida, mas uma grande ferramenta não invasiva para se ver os efeitos imediatos e tardios do pós exercício é a termografia. Porém, não basta ter uma câmera na mão e ver uma imagem, deve-se entender o que se capta, seu contexto e limitações.

Imediatamente pós exercício a troca térmica promove uma linda imagem de gradientes, mas não quer dizer que o atleta tenha ou venha a ter problema ou uma disfunção. Para se usar a termografia, deve-se ter todo o contexto, ambiente e situações muito bem mapeados e controlados para não se assumir eventos equivocados.

Como visto neste termograma de um corredor: este foi tirado 1 hora depois de concluir o percurso.
Não basta ver, você tem que entender tudo que se passa para dar um correto diagnóstico. Gradientes são lindos, mas eles podem te iludir.
#fisioterapia #termografiainfravermelha

Dor e suas respostas – parte 3

Para você entender a dor do seu paciente, ouça bem como ele a relata.

A dor é modulada em, no mínimo 2 níveis, até chegar ao tálamo. Quando o impulso doloroso chega até córtex cerebral, processamos esta informação que resulta na dor consciente.

Ou seja, até o impulso da dor chegar a ser consciente, ele já foi “lida/amenizada”. Imagine se os tecidos decidissem dar a você, plena consciência da dor (100%), não sobreviríamos nem ao parto. Para conseguirmos aguentar de forma consciente, o organismo proporcionou vários níveis de reação até nos proporcionar a dor consciente.

Assim, ao questionarmos a dor consciente do paciente, devemos nos atentar ao estado/grau de inflamação que aquele tecido apresenta ao longo de um determinado tempo.

Pense sempre:
“O estado inflamatório X determinará a dor consciente do paciente e, através do relato consciente da dor, você poderá ter uma ideia de como o tecido se encontra.” (Dra. Paula Machado)

Seja minucioso na descrição da dor consciente e sempre questione a mesma ao longo do tempo. Só assim para você conseguir determinar o início da disfunção.

#dor #fisioterapia

Sherlock e simplicidade

Uma das coisas mais apaixonantes que eu encontrei em minha carreira, foi a lógica da ciência. Pois ele pega o enigma mais complexo da natureza e, primeiramente, transforma numa resposta extremamente simples que evolui para respostas mais complexas.

A beleza de pegar o que está na nossa frente com uma forma de visão e enxergar a mesma coisa com outra forma de visão completamente diferente é algo fascina a séculos os cientistas.

O que nós mais aprendemos em ciência é: faça as perguntas certas para obter as respostas certas.

No entanto, a pergunta certa muitas vezes leva anos para ser feita, mas as respostas… Estas nós mudamos tantas vezes… Inúmeras perguntas geram inúmeras respostas e as probabilidades são quase infinitas.

Uma coisa é certa: quanto mais você simplificar na pergunta e no estuda, maiores as chances de acerto. Depois do segredo descoberto, ainda falarão: nossa, mas isso era tão óbvio.

Elementar meu caro, o óbvio está na nossa frente, mas só vemos depois de ter sido explicado.

#fisioterapia #avaliação #termografia #termografiainfravermelha #ciência